segunda-feira, 7 de abril de 2008

Política Educativa "a fingir"!

A Ministra da Educação continua a alimentar uma inacreditável teimosia face ao clima de indisciplina e violência, que existe, evidentemente, em algumas escolas por esse país real fora, e que tem vindo a impedir que as crianças e jovens protagonistas de indisciplina possam melhorar, que os seus colegas possam aprender e os professores ensinar num clima minimamente aceitável para uma escola de um país moderno e civilizado.
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Qual criancinha a bater o pé diante do papá, MLR continua a denegrir, agora a magistratura do MP, negando a competência das apreciações técnicas e as opções estratégicas, em termos de criminologia, do PGR. E não vale muito o PR também se preocupar, a não ser que haja realmente um problema nacional, que exija uma intervenção mais enérgica!! (Que se saiba, o doutoramento em Sociologia de MLR não tem qualquer relação com a área da criminologia! Ou dar-lhe-á competência para tudo?! Ah, claro, já me tinha esquecido -- a competência é consagrada pela legitimidade democratica... basta ser eleito, ainda por cima por maioria, para a competência assomar em absoluto!)

É que só houve 140 armas apreendidas nas nossas escolas no ano anterior e MLR já tinha disso conhecimento, claro! Mas, atenção, muita atenção, muitas delas foram apreendidas nas imediações das escolas e, importantíssimo, eram «a fingir, a fingir» (sic)!! Esta é, para quem estivesse disponível para ver, das maiores faltas de seriedade e mais gritantes irresponsabilidades políticas que MLR tem cometido. Quando se diz ter conhecimento (teria mesmo?!) das situações mais grotescas de indisciplina e violência, indiciadoras de uma derrapagem óbvia para situações bem mais graves, e se opta por um caminho de sistemática negação de evidências deste teor, não há, efectivamente, nada de bom mais a esperar.

Se as reformas da educação (repita-se: muitas delas necessárias, embora não mal feitas, claro, como estão a ser) visassem aquilo que seriamente deveriam visar, que é a melhoria das condições de ensino e aprendizagem dos alunos, então um governo que tivesse a coragem da verdade e tivesse a dignidade de não ceder à fácil política da estatística e da demagogia, teria reconhecido aquilo que toda a gente já foi obrigado (pelos factos) a reconhecer -- que há indisciplina e violência impune nas escolas, que se pode vir (e coloquemos em hipótese!) a transformar em marginalidade e criminalidade fora da escola -- e teria enfrentado o problema com medidas sérias e adequadas (e sem ser necessário qualquer alarmismo; enfrentar e resolver problemas reais não é ser alarmista, é ser competente!). Tal hipotético (transplanetário?!) governo mostraria, assim, à sociedade que uma das funções da organização e gestão política é, irremediavelmente, a manutenção da ordem (por mínima que seja), da justiça e da paz (antes de mais na Escola!!), mostraria aos pais e encarregados de educação que a escola é mesmo um local para se aprendem valores que valham a pena e não um local onde se despejam crianças e jovens e se permite que cresçam sem nada de bom aprenderem, bem como mostraria aos acussados professores que, afinal, as reformas do ECD (avaliação incluída), da gestão escolar, do estatuto do aluno... têm como fito, não única e exclusivamente uma diminuição drástica da despesa pública, como é realmente o único objectivo preconizado por este governo, mas teria a nobre e necessária finalidade de melhorar, efectivamente, as condições de prestação de serviço público educativo.

Mas as sondagens (que valem o que valem, naturalmente!) já estão a mostrar que o povo está consigo, MLR! Bom trabalho tem feito, juntamente com os seus acólitos, numa das maiores e mais bem feitas acções de propaganda e demagogia que jamais foram levadas a cabo em Portugal! É que o povão engoliu o isco: se há alguma coisa de errado na escola pública portuguesa são os professores... de resto, está tudo bem! Os outros problemas... SÃO SÓ «A FINGIR»!

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